Está patente na sala infantil a exposições intitulada "25 de abril de 1974" que reúne um conjunto de livros relacionados com a "Revolução dos Cravos".
"Mas como foi que os cravos vermelhos chegaram aos canos das armas dos soldados de Abril?
- Amanhã, quando vier para Lisboa, não se esqueça de comprar duas dúzias de cravos para enfeitarmos as mesas - foi o pedido do dono de um restaurante no centro de Lisboa fez à sua empregada mais antiga, que vivia nos arredores.
Ela não se esqueceu da encomenda. Adiantava o dinheiro e depois acertavam-se as contas.
Quando chegou à Baixa da cidade, percebeu que algo de incomum se passava. Nunca antes vira blindados nem militares armados no Terreiro do Paço e nas ruas adjacentes. O que estaria a acontecer?
- Estão a dizer na rádio que é o Movimento das Forças Armadas, que quer acabar com a ditadura. Portanto, estes devem ser os que estão do lado certo.
- Foi esta informação que recebeu de um homem de meia-idade acabado de chegar de barco do Barreiro.
Se isso era verdade, só podia ser uma boa notícia. Empunhando os cravos e sentindo uma grande ternura por aqueles rapazes de olhar cansado depois de uma noite sem dormir, a empregada do restaurante aproximou-se dos primeiros que encontrou e ofereceu-lhes os cravos destinados às jarras das mesas do restaurante. Logo alguns deles, não tendo onde os colocar, trataram de os pôr dentro dos canos das armas.
O gesto foi-se repetindo e, ao fim da manhã, já outras pessoas tinham feito o mesmo, ajudando a transformar armas de guerra em objetos de paz e de esperança. Sim, porque uma arma que tem flores no cano não costuma disparar sobre quem quer que seja...
Fonte: In "Histórias curiosas da nossa história"
Histórias curiosas da nossa história Texto de José Jorge Letria e ilustrações de Miguel Gabriel. Editado pela Oficina do Livro em 2013. |
Para aceder ao catálogo em linha
Obra disponível na Rede de Bibliotecas do Concelho de Arganil
Boas leituras!
Sem comentários:
Enviar um comentário