quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

"Contos de Encantar" de E. E. Cummings


Contos de Encantar
Texto de E. E. Cummings e ilustrações de Raquel Caiano
Editado pela Ponto de Fuga em 2018

"Poeta americano, dos maiores e mais inventivos da modernidade, E. E. Cummings (1884-1962) escreveu quatro maravilhosos Contos de Encantar para a filha e para o neto. Nesta primeira edição em português, ilustrada pelo traço sensível de Rachel Caiano, as palavras, ternas e mágicas, são também de Hélia Correia, que assina a tradução e o prefácio, descrevendo assim as histórias: «São textos jubilosos sobre o amor, o nascimento e o desfazer da solidão. »

Sendo Cummings quem é, há a tendência para ler mais do que lá está escrito e cada um fará como quiser. A alegria da linguagem, as tentativas e os avanços rituais, próprios da literatura de encantar, são, porém, um valor absoluto que dispensa outras interpretações."

Fonte: contracapa do livro




"Encanto. Ternura. Magia. Amor. Amizade. Sensibilidade. Solidão. Filosofia. Palavras que ecoam no nosso interior ao ler “Contos de Encantar” de E. E. Cummings, numa admirável tradução de Hélia Correia e uma notáveis ilustrações de Rachel Caiano. São quatro histórias de puro e intenso lirismo, escritas na década de 1920, que o autor dedica à sua filha.




“O velho que perguntava porquê” é o título do primeiro conto, que tem como protagonista um Silfo que vive “na mais longínqua das estrelas”. Após “ter vivido milhões e milhões de anos feliz e em sossego”, este simpático ser é abordado pelos vizinhos – “Será que esta gente toda vem ter comigo para me trazer os seus problemas? Que hei de eu fazer?”. O Silfo, que come luz e silêncio, “parou de voar e pousou na lua”, tentando persuadir o “velhote de olhos verdes e com mãos de boneca” a pôr um término aos múltiplos porquês.

Estamos no mundo dos porquês, das perguntas. As perguntas (con)vivem entre nós. Por vezes, andamos distraídos e não tomamos consciência de que questionar é uma outra forma de ler o mundo. Questionar é pura intencionalidade. O “homenzinho muito muito velho” continua a questionar “Porquê?”. Afinal, mais importante do que as respostas é parar para pensar.



Era uma vez um elefante que não fazia coisa alguma o dia todo” é o começo de um gracioso e magnifico conto sobre um elefante solitário, que faz amizade com uma borboleta. Um conto sobre esperar de modo a saborear as palavras de um momento único: “Vou adorar seguir contigo pela estrada caracoleante abaixo até lá longe – vamos sair pela portinha da tua casa e descer os degraus os dois juntos – vamos?”.

A casa que comeu tarte de mosquito” conta-nos a ternurenta paixão de uma casa que ficava isolada, no cimo de um monte, e que, certo dia, se apaixonou por um pássaro. Quão grande era a felicidade de os ver juntos.

Ilustrações de Raquel Caiano

A quarta narrativa, “A menina chamada Eu”, é singela e de uma graciosidade ímpar, onde Cummings nos apresenta a duas meninas: a Eu e a Tu. “Quem és tu? Tu. É quem eu sou (…) Eu chamo-me Tu”.

A nível visual, o laranja, o azul e o preto, as únicas cores que Rachel Caiano escolheu para legendar as palavras do poeta americano, empolam a imaginação do leitor e engrandecem este objecto-livro. As ilustrações, ora de página simples ora em página dupla, articulam-se de forma elegante com o texto.

E.E. Cummings nasceu em Massachusetts, Estados Unidos, e celebrizou-se como uma das vozes mais marcantes e inovadores da linguagem da poesia e da literatura no século XX. Publicou inumeráveis poemas, romances, diversos ensaios e vários desenhos e pinturas. “Contos de Encantar” constituem a única incursão conhecida na literatura para a infância, e só foram publicados originalmente três anos após a morte do poeta, há mais de 50 anos.

Hélia Correia é escritora poeta e tradutora. É como ficcionista que é reconhecida, apesar dos seus contos, novelas ou romances estarem sempre impregnados do discurso poético. O trabalho de tradução de Cummings exige tudo, segundo as palavras de Hélia Correia, aquilo que confessa não ter: “conhecimento, disciplina e método”. A escritora, que também assina o prefácio, descreve estas histórias como “textos jubilosos sobre o amor, o nascimento e o desfazer da solidão“.

Rachel Caiano é artista plástica e ilustradora. Tem formação multidisciplinar, que passa pela Arquitectura, pelas Artes Cénicas e pelo curso de Realização Plástica do Espectáculo pela Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa.
Fonte: http://deusmelivro.com



Obra disponível na rede de Bibliotecas do concelho de Arganil

Boas leituras!

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