quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

O Carnaval do Sineiro um conto de Ricardo Alberty




“Naquela aldeia havia tudo o que há em todas as aldeias do mundo (…). Mas aquela aldeia era muito mais bonita do que todas as outras aldeias do mundo, porque tinham muito mais crianças, que nunca faltavam à escola nos dias de semana, nem à missa ao Domingo, que seguiam sempre os conselhos do padre e da professora, amavam os pais e os irmãos, eram amigas umas das outras, dos animais e das plantas, e por isso a aldeia era uma alegria durante todo a ano.
Mas quando a aldeia ficava mais alegre do que nunca era pelo Carnaval, porque ainda ele vinha longe e já as crianças andavam a sonhar com as festas e os trajes de máscara que iam vestir, e com as brincadeiras e partidas que haviam de fazer umas às outras.



Ora vivia nessa aldeia um rapazinho muito pobre chamado Aulânio, que ajudava à missa e tocava os sinos, pela Páscoa e pelo Natal, no dia de Todos os Santos e na Quarta-feira de Cinzas. E ainda lhe chegava o tempo para ir à escola e fazer recados, para ler os livros de histórias que os colegas lhe emprestavam e fazer flautas de cana para vender.
E por isso andava sempre cansado e cheio de sono, e quando chegava o Carnaval não ia a festa nenhuma (…) Mas naquele ano a festa ia ser em cheio (…).”

In Contos maravilhosos: clássicos da literatura infantil com versão portuguesa de Esther de Lemos
e ilustrações de Simone Baudoin (vol.1)

Obra disponível na rede de Bibliotecas do concelho de Arganil

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