segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Poetas de hoje e de ontem...

Hoje destacamos o livro “Poetas de hoje e de ontem” com prefácio de Matilde Rosa Araújo e ilustrações de Filipa Canhestro. Uma antologia editada pela Chimpazé Intelectual em 2008 (3ª edição).
Capa do Livro Poetas de hoje e de ontem
Poetas de hoje e de ontem” é uma antologia poética para os mais novos, do séc XIII aos nossos dias, que permite uma introdução muito completa das nossas crianças e jovens (dos 8 aos 16 anos) ao que de melhor se fez em poesia portuguesas ao longo dos tempos, desde D. Dinis a Eugénio de Andrade, passando por Camões, Gil Vicente, Bocage, Almeida Garrett, Nicolau Tolentino, Sebastião da Gama, Almada Negreiros, António Gedeão, Miguel Torga, Matilde Rosa Araújo e muitos outros.
O prefácio é da própria Matilde Rosa Araújo e a recolha é de Maria de Lourdes Varanda e Maria Manuela Santos, duas professoras com vasta obra escolar editada e uma perspectiva pedagógico de quem tem larga experiência de ensino transmitida em toda a obra.
Fonte: Wook

No interior do livro somos confrontados com magníficas ilustrações e uma breve biografia e bibliografia do autor juntamente com os poemas seleccionados. Apresentamos dois autores do século XX - XXI:
Eugénio de Andrade

José Fontinhas, nome civil, nasceu em 1923, em Póvoa da Atalaia, no Fundão. Viveu em Castelo Branco, Lisboa, Coimbra, onde terminou o liceu, e no Porto, cidade onde viveu muitos anos (aí viria a falecer, em 2005) e na qual, de resto, foi criada uma fundação com o seu nome. É considerado um dos maiores poetas portugueses contemporâneos, tendo recebido vários prémios literários. A sua obra (…) encontra-se traduzida em cerca de 20 línguas.






O INVERNO
Velho, velho, velho.
Chegou o Inverno.

Vem de sobretudo,
Vem de cachecol,
O chão onde passa
Parece um lençol.

Esqueceu as luvas
Perto do fogão:
Quando as procurou,
Roubara-as um cão.

Com medo do frio
Encosta-se a nós:
Dai-lhe café quente
Senão perde a voz.

Velho, velho, velho.
Chegou o Inverno.

--------
António Torrado

Nasceu em Lisboa, em 1939. É poeta, dramaturgo, ficcionista e autor de obras de pedagogia. É um excelente contador de histórias. Foi jornalista, editor, professor, produtor principal e chefe do departamento de programas infantis da RTP. Tem publicado inúmeros livros, sobretudo para crianças, e é um dos autores que melhor conhece o imaginário infantil. Em 1988, recebeu o Grande Prémio Calouste Gulbenkian de Literatura Para Crianças.

Lindo Monstro

«Não sou assim tão feio, disse o monstro,
a ver-se ao espelho.
Dos olhos, o do meio, ora azul, ora vermelho
e pestanudo,
dá-me um ar singular,
tal como a tromba a badalar
e o pontiagudo dente
que não sei disfarçar
de tão evidente, saliente
Ao sorrir e ao falar
e que, por se maior, coisa pouca,
me alarga demais o canto da boca.

Mas há pior, mais feios,
feios, de uma fealdade louca
cheios de verrugas
que nem tartarugas.
Monstros a valer.

Feios, feios, feios
que mais não podem ser.

Feio, eu? Cabeçudo? Façanhudo? Orelhudo?
Ora. Paleio.
O que eu tenho é um mau parecer.»



Dona Vanda um poema de António Torrado

Um livro recomendado para o 4º ano de escolaridade destinado a leitura autónoma e leitura com apoio do professor ou dos pais.

Obra disponível na Biblioteca Municipal Miguel Torga e Biblioteca Alberto Martins de Carvalho

Sem comentários:

Enviar um comentário