Os mais belos contos de Andersen Ilustração de Michael Fiodorov Tradução de Carlos José Marques Duarte de Jesus Editado pela Civilização em 1992 |
O Rouxinol do Imperador
(…) “O Palácio do Imperador era o mais bonito do mundo, feito de porcelana tão delicada e frágil que só com muito cuidado se podia tocar-lhe. (…) Naquelas árvores vivia um rouxinol, que cantava tão suavemente. (…) De todas as partes do mundo vinham forasteiros visitar a cidade do Imperador, e todos eles ficavam encantados ao verem o palácio e o jardim, mas, quando ouviam o rouxinol, diziam:
- Ah, esta é a maior maravilha!
Uma vez regressados aos seus países, os viajantes falavam do que tinham visto e os mais sábios escreviam mesmo livros sobre a cidade, o palácio e o seu jardim. (…)
- Como? – deteve-se o Imperador. – Eu nunca vi rouxinóis. Viverá uma tal ave no meu império, ou melhor, no meu jardim? E venho a saber disso pelos livros?
(…) – Nunca ouvi falar nele – respondeu o Grão-Mestre. (…) Mas onde iria ele encontrar o rouxinol? (…) Por fim, encontraram nas cozinhas uma rapariguinha que disse:
- O rouxinol? Conheço-o perfeitamente! Sim, e canta muito bem.
(…) – Meu belo rouxinol (…) tenho a honra de te convidar para o serão de hoje na corte, onde poderás encantar Sua Majestade o Imperador com a doçura do teu canto.
- As minhas canções soam melhor na verdura do bosque. (…) mas acedeu de boa vontade quando soube que era esse o desejo do Imperador.
(…) Vi lágrimas nos olhos do Imperador – disse – e isso para mim vale mais do que qualquer tesouro. (…) Estou mais do que recompensado.
(…) Um dia o Imperador recebeu um grande embrulho em que estava escrito: Rouxinol. (…) um rouxinol mecânico (…) tinha uma cobertura de brilhantes, de safiras e rubis. Mal se lhe dava corda, cantava uma das canções do rouxinol verdadeiro.
(…) O verdadeiro rouxinol foi expulso da cidade e de todo o Império. Assim passou um ano. (…) Uma noite, contudo, enquanto o pássaro mecânico cantava e o Imperador, deitado na cama, o ouvia atentamente, houve uma coisa dento do rouxinol que fez “crac…”
In Os mais belos contos de Andersen
Página 75-95
A prenda oferecida pelo Imperador do Japão.
O relojoeiro após alguns exames, consertou o rouxinol. Ilustrações de Michael Fiodorov. |
"Os mais belos e famosos contos de Andersen estão contidos nesta preciosa edição ricamente ilustrada por Michael Fiodorov, o qual soube transportar para imagens o mundo encantador e ingénuo, cândido e fantasioso, amargo e confiante, ao mesmo tempo que o grande contista dinamarquês criou nas suas páginas imortais, de mistura com a tradição popular, a lenda e o gosto puro pela narrativa."
Fonte: contracapa do livro
Obra disponível na rede de Bibliotecas do concelho de Arganil
Boas leituras!
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