quinta-feira, 7 de abril de 2016

O Rouxinol do Imperador, um conto de Hans Christian Andersen


Os mais belos contos de Andersen
Ilustração de Michael Fiodorov
Tradução de Carlos José Marques Duarte de Jesus
Editado pela Civilização em 1992

O Rouxinol do Imperador

(…) “O Palácio do Imperador era o mais bonito do mundo, feito de porcelana tão delicada e frágil que só com muito cuidado se podia tocar-lhe. (…) Naquelas árvores vivia um rouxinol, que cantava tão suavemente. (…) De todas as partes do mundo vinham forasteiros visitar a cidade do Imperador, e todos eles ficavam encantados ao verem o palácio e o jardim, mas, quando ouviam o rouxinol, diziam:
- Ah, esta é a maior maravilha!
Uma vez regressados aos seus países, os viajantes falavam do que tinham visto e os mais sábios escreviam mesmo livros sobre a cidade, o palácio e o seu jardim. (…) 
- Como? – deteve-se o Imperador. – Eu nunca vi rouxinóis. Viverá uma tal ave no meu império, ou melhor, no meu jardim? E venho a saber disso pelos livros?
(…) – Nunca ouvi falar nele – respondeu o Grão-Mestre. (…) Mas onde iria ele encontrar o rouxinol? (…) Por fim, encontraram nas cozinhas uma rapariguinha que disse:
- O rouxinol? Conheço-o perfeitamente! Sim, e canta muito bem.
(…) – Meu belo rouxinol (…) tenho a honra de te convidar para o serão de hoje na corte, onde poderás encantar Sua Majestade o Imperador com a doçura do teu canto.
- As minhas canções soam melhor na verdura do bosque. (…) mas acedeu de boa vontade quando soube que era esse o desejo do Imperador.
(…) Vi lágrimas nos olhos do Imperador – disse – e isso para mim vale mais do que qualquer tesouro. (…) Estou mais do que recompensado.

(…) Um dia o Imperador recebeu um grande embrulho em que estava escrito: Rouxinol. (…) um rouxinol mecânico (…) tinha uma cobertura de brilhantes, de safiras e rubis. Mal se lhe dava corda, cantava uma das canções do rouxinol verdadeiro.
(…) O verdadeiro rouxinol foi expulso da cidade e de todo o Império. Assim passou um ano. (…) Uma noite, contudo, enquanto o pássaro mecânico cantava e o Imperador, deitado na cama, o ouvia atentamente, houve uma coisa dento do rouxinol que fez “crac…”
In Os mais belos contos de Andersen
Página 75-95

A prenda oferecida pelo Imperador do Japão.
O relojoeiro após alguns exames, consertou o rouxinol.
Ilustrações de Michael Fiodorov.

"Os mais belos e famosos contos de Andersen estão contidos nesta preciosa edição ricamente ilustrada por Michael Fiodorov, o qual soube transportar para imagens o mundo encantador e ingénuo, cândido e fantasioso, amargo e confiante, ao mesmo tempo que o grande contista dinamarquês criou nas suas páginas imortais, de mistura com a tradição popular, a lenda e o gosto puro pela narrativa."
Fonte: contracapa do livro

Obra disponível na rede de Bibliotecas do concelho de Arganil
Boas leituras!

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