quarta-feira, 17 de julho de 2013

As Minas de Salomão

As Minas de Salomão
Autor: Rider Haggard com tradução de Eça de Queirós
Edição de Público Comunicação Social, 2004

"As minas de salomão foram o resultado de uma aposta que Haggard fez com o seu irmão. A aposta consistia em escrever uma história que superasse o êxito de A Ilha do tesouro, de Stevenson.
O livro, não só catapultou Haggard para a fama, superando o êxito de Stevenson, como criou um novo modelo do género a ser seguido. Nele, um grupo de homens britânicos, formado por Sir Henry Curtis, o capitão John Good e o veterano caçador de elefantes, Alão Quartelmar, acompanhados por Umbopa, um nativo desaparecido de Curtis. Este havia sido visto pela última vez quando perseguia uma pista lendária mina de diamantes do rei Salomão, em África. Ali, os protagonistas terão que atravessar terríveis desertos e montanhas geladas antes de alcançar o seu destino e derrotar o cruel rei Tuala e a perversa Gagule. A história, recheada de extraordinárias aventuras, tribos misteriosas, perigos inesperados e fabulosas paisagens, foi publicada em 1885 e converteu-se num autentico best-seller, tendo sido adaptada para português por Eça de Queirós, e publicada entre 1889 e 1890."

Fonte: badana do livro


"Eça de Queirós (1845-1900), considerado o maior romancista português, estudou Direito e entrou  no corpo diplomático português em 1872. Os seus primeiros textos foram ensaios e relatos curtos, caracterizados sobretudo pela ironia e por uma componente de fantasia macabra. Mais tarde, formou parte de um grupo de intelectuais impulsionadores de reformas artísticas e sociais que preconizavam o realismo e o naturalismo na literatura. Foi como cônsul que Eça de Queirós escreveu os seus romances mais famosos, nos quais denunciou os males da vida portuguesa contemporânea.
As Minas de Salomão, escritas pelo inglês Henry Ridder Haggard aparecem na revista de Portugal - dirigida por Eça de Queirós -, entre Setembro de 1889 e 1890, quatro anos após a sua publicação em Inglaterra. Eça foi o adaptador - muito livre - desta empolgante "aventura imperial", conferindo-lhe especiais qualidades literárias. Ressaltam, nesta obra, certos tópicos muito característicos de Eça como a obsessão do "gentleman", o gosto da Bíblia e da frase "Shaskespeareana", a mania civilizadora das grandes potencias e, em particular, da Inglaterra, a filosofia do desprendimento e do fatalismo, e uma certa comicidade, sobretudo na figura do Capitão John Good, que se torna perfeitamente queirosiana."

Obras principais:
O Primo Basílio (1878), A Reliquia (1887), Os Maias (1888), A Ilustre Casa de Ramires (1900) e A Cidade e as Serras (1901).

Fonte: Badana do livro


“Será possível descobrir as minas de Salomão? "Onde são não sei. Sei apenas onde dizem que estão. Aqui há anos vi de longe os dois picos dos montes que, segundo corre, lhes servem de muralha. Mas entre mim e os montes, meus senhores, havia duzentas milhas de deserto. E esse deserto, meus senhores, nunca houve ninguém (quero dizer, homem branco) que o atravessasse", explica o aventureiro e caçador de elefantes em África, Alão Quartelmar, o narrador "queirosiano" deste romance, "As Minas de Salomão".
Ninguém sabe onde ficam essas minas, que escondem valiosas "arcas" de diamantes. Nem ninguém sabe de quem as tenha descoberto ou, até, de quem delas tenha saído com vida. Muitos se aventuraram para lá desse deserto e Quartelmar sabe várias histórias. Como a do português, José Silveira, que para lá foi e de lá voltou feito cadáver. Como a do pai do português, José Silveira com "Dom", o fidalgo que fez o mapa dessa zona além das montanhas. E o Silveira sem "Dom" disse, no delírio da morte: "Lá estão elas, Santo Deus lá estão elas!... E dizer que não pude lá chegar! Parecem tão perto! Logo ali, uns passos mais... E agora acabou-se, estou perdido, ninguém mais pode lá ir!" E deu a Quartelmar o segredo das minas.
O "nosso" herói já não é novo e já caçou muitos elefantes. "Mas, no fundo, sou um tímido que detesta violências e ando farto e refarto de aventuras." Mal sabia no que se ia meter quando conheceu o Barão Curtis e o capitão John Good.
Quartelmar sabe de outros que tentaram passar o deserto e entre eles está Neville e o seu "lacaio" negro, Jim. Neville é irmão do barão Curtis. "Sr. Quartelmar, vim a África procurar meu irmão. Desde que alguém o viu, pondo-se em marcha para as serras de Suliman, o que devo a mim mesmo é marchar também para esse lado (...) E agora pergunto eu: quer o Sr. Quartelmar vir comigo?"
Partem à procura de Neville. Há um som que vem das entranhas da terra, lajes "ocas", pequenas brisas, tectos, paredes e chãos falsos. Serão diamantes brancos? Será a bruxa Gagula tão má como se diz (e o português disse "quem vier que mate Gagula")? Encontrarão Neville, qual Robinson Crusoe, a viver nas misteriosas minas? Isso será o leitor a descobrir.
Um aparte: o romance "não" é de Eça de Queirós, é uma tradução "livre", por Eça, do romance original do britânico Rider Haggard, que escreveu "King Solomon's Mines", em 1885, à "maneira" de "A Ilha do Tesouro", de Robert Louis Stevenson. Mas aqui sente-se "a mão" de Eça. E o que poderia ser uma simples tradução, torna-se num "romance queirosiano", com o estilo fluente e prolífico de Eça - a deliciosa "traição" é a possibilidade de "esquecer" Haggard e embarcar no universo de Eça.”

“Aventure-se no Deserto Rumo às Minas de Salomão por Raquel Ribeiro.
Disponível em www.publico.pt

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Uma obra fantástica para leres durante as férias.
Livro disponível na rede de bibliotecas do concelho de Arganil

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