"O Primeiro País da Manhã" Texto de Ricardo Gonçalves Dias e ilustrações de Marta Madureira Editado por Dinalivro em 2014 |
Começa assim:
"O Manel adorava invenções. Comparava-as a todas as outras coisas boas da vida e não resistia a ficar a olhar para elas durante muito tempo enquanto imaginava que estava a inventá-las pela primeira vez, juntando uma peça a outra ou espalhando cores. Mas quando elas lhe pareciam ter sido inventadas por mais de mil inventores, sentia um bando de formigas a atravessar-lhe a testa. Os grandes mistérios fazem comichão.
Tal como acontece com a comida, com a escola ou com as pessoas, o Manel gostava mais de umas invenções do que de outras e às vezes criava grupos para as dividir."
Fonte: interior do livro
Ilustrações de Marta Madureira |
O Manel adorava invenções e gostava tanto delas, que as dividia e agrupava em espécies diferentes. Havia invenções rápidas, como o escorrega, e invenções grandes, como a tabuada, cujos números e cruzes dificilmente podem caber na cabeça de alguém. As árvores, por exemplo, eram de certeza uma invenção às avessas, porque ficavam sem roupa no preciso momento em que o frio estava a chegar. O mundo, esse, parecia ser uma invenção muito desarrumada com países grandes e pequenos a conviver lado a lado. Para devolver um pouco de igualdade e de justiça ao mapa, o Manel decidiu inventar o seu próprio país. Deu-lhe uma bandeira cosida aos ziguezagues, leis escritas na parede e até algumas janelas. Agora que a sua invenção ficou finalmente pronta, o Manel convida-te a vires visitá-la e a imaginares, quem sabe, mais uns versos para o hino ou mais cores para o céu.
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