“Contos de H.C. Andersen” é uma colectânea de 41
histórias, nem todas com um final feliz,
assinadas pelo “pai dos contos de fadas modernos”.
assinadas pelo “pai dos contos de fadas modernos”.
"... Era uma vez um molho
de fósforos, extraordinariamente orgulhoso pelo facto de ser de alta
estirpe. A sua árvore genealógica, quer dizer, o grande abeto, de que eram
um pedacinho, tinha sido uma grande árvore antiga do bosque. Os fósforos
estavam agora na prateleira, entre um isqueiro e uma velha panela de ferro, e
para eles contavam histórias da sua juventude.
- Sim, quando estávamos no ramo
verde!..."
In A Arca Voadora (contracapa do livro)
Ilustrações de Isabel Alves |
A Rapariguinha dos fósforos
Conto "A Rapariguinha dos Fósforos" Página 271-273 |
"Em 1835,
o dinamarquês Hans Christian Andersen (1805- 1875) escreveu o seu primeiro
livro: “Contos, contados por crianças”. A partir daí, todos os Natais,
Andersen publicava mais uma compilação de histórias que ouvira quando era
pequeno, mas também outras que começou a escrever. Em 1837, o terceiro volume
incluiu contos como “O Patinho Feio”, “A Rapariguinha dos Fósforos”
ou “O Rouxinol”. Com estas colectâneas, o escritor foi apelidado de “pai
dos contos de fadas modernos”.
Contos de H.C.
Andersen”, o livro deste Natal da Colecção Geração PÚBLICO, reúne 41 histórias
imaginadas pelo dinamarquês que se inspirou na tradição oral e na sabedoria
popular para criar alguns dos contos mais lidos de sempre. É o caso de “João
Pateta”, “O Firme Soldado de Chumbo”, “A Polegadazinha” ou “A Princesa e a
Ervilha".
“A
diferença do nosso mundo e do conto está no facto de que o conto é maior, mais
vivo e mais livre”, dizia Andersen. E é exactamente dessa liberdade que vivem
histórias como a do patinho que, por ter nascido tão feio, foi discriminado por
todos, inclusive a própria mãe, mas que no final se transforma num belo cisne
(“O Patinho Feio). Ou histórias como a da pequena menina que nasceu numa tulipa
e acabaria por se tornar “a rainha de todas as flores”, ganhando “um par de
lindas asas” e sendo baptizada de “Maia” (“A Polegadazinha”).
Exímio na arte
de narrar, Andersen inovou no estilo e no conteúdo, aplicou regras de outras
línguas ao dinamarquês. Se até então os contos de fadas eram didácticos,
Andersen reinventou-os, tornando as crianças e os excluídos porta-vozes de
questões morais. Mas, à semelhança dos contos dos irmãos alemães Jacob e
Wilhelm Grimm, nem todas as suas histórias têm um final feliz. Muitas vezes, os
“maus” conseguem mesmo concretizar os seus intentos. É o que acontece em “A
Sereiazinha”, apesar de nas diversas adaptações para cinema a bela e jovem
filha do Rei do Mar acabar casada com o príncipe dos seus sonhos. Na versão
original do conto, a sereia sucumbe aos feitiços da bruxa, é transformada em espuma
do mar e ainda assiste ao casamento do príncipe com outra jovem.
O mundo perdido
de Andersen
Traduzida em
cerca de 150 línguas, a obra literária de Andersen é das mais divulgadas no
mundo. A pobreza, os vícios humanos, a religiosidade e o amor são os temas mais
abordados pelo escritor, que nasceu numa família humilde e desde cedo teve de
trabalhar para se sustentar. “A minha infância foi perdida. Não podia pensar na
minha vida como uma realidade sólida. Tinha de fazer dela um jogo de fantasia.”
Por isso, aos 14 anos, mudou-se para Copenhaga atrás do sonho de se tornar
cantor, bailarino ou actor.
Mas, um dia,
apresentaram-no como poeta: “Isso penetrou-me, no corpo e na alma, e os meus
olhos encheram-se de lágrimas. Soube que, naquele preciso momento, a minha
consciência estava aberta para a escrita e para a poesia.” Começou, então, a
escrever peças e depois contos, em 1828. Nos anos seguintes, viaja por todo o
mundo — da Suécia ao Médio Oriente. Conhece Portugal, país a que chama de
“paraíso terreal” no seu livro “Uma Viagem a Portugal em 1866”.
Apesar de os
seus contos serem frequentemente classificados como infantis, Andersen sempre
defendeu que os seus livros “tanto são para os adultos, como para as crianças”.
A sua
influência estendeu-se a escritores tão diferentes como Charles Dickens, Oscar
Wilde, C.S. Lewis, Isak Dinesen, P.O. Enquist, Cees Noteboom, entre outros.”
Por
Sara Gomes in http://static.publico.pt/sites/coleccaojuvenil/livros/livroespecialdenatal/texto4.htm
Se quiseres ler os contos presentes
nesta colectânea
requisita o livro na rede de bibliotecas do concelho de Arganil
requisita o livro na rede de bibliotecas do concelho de Arganil
Boas festas e boas leituras!
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