sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Contos de Hans Christian Andersen


Contos de H.C. Andersen” é uma colectânea de 41 histórias, nem todas com um final feliz, 
assinadas pelo “pai dos contos de fadas modernos”.

"... Era uma vez um molho de fósforos, extraordinariamente orgulhoso pelo facto de ser de alta estirpe. A sua árvore genealógica, quer dizer, o grande abeto, de que eram um pedacinho, tinha sido uma grande árvore antiga do bosque. Os fósforos estavam agora na prateleira, entre um isqueiro e uma velha panela de ferro, e para eles contavam histórias da sua juventude.
- Sim, quando estávamos no ramo verde!..."
In A Arca Voadora (contracapa do livro)

Ilustrações de Isabel Alves

A Rapariguinha dos fósforos



Conto "A Rapariguinha dos Fósforos"
Página 271-273

"Em 1835, o dinamarquês Hans Christian Andersen (1805- 1875) escreveu o seu primeiro livro: “Contos, contados por crianças”. A partir daí, todos os Natais, Andersen publicava mais uma compilação de histórias que ouvira quando era pequeno, mas também outras que começou a escrever. Em 1837, o terceiro volume incluiu contos como “O Patinho Feio”, “A Rapariguinha dos Fósforos” ou “O Rouxinol”. Com estas colectâneas, o escritor foi apelidado de “pai dos contos de fadas modernos”.
Contos de H.C. Andersen”, o livro deste Natal da Colecção Geração PÚBLICO, reúne 41 histórias imaginadas pelo dinamarquês que se inspirou na tradição oral e na sabedoria popular para criar alguns dos contos mais lidos de sempre. É o caso de “João Pateta”, “O Firme Soldado de Chumbo”, “A Polegadazinha” ou “A Princesa e a Ervilha".
 “A diferença do nosso mundo e do conto está no facto de que o conto é maior, mais vivo e mais livre”, dizia Andersen. E é exactamente dessa liberdade que vivem histórias como a do patinho que, por ter nascido tão feio, foi discriminado por todos, inclusive a própria mãe, mas que no final se transforma num belo cisne (“O Patinho Feio). Ou histórias como a da pequena menina que nasceu numa tulipa e acabaria por se tornar “a rainha de todas as flores”, ganhando “um par de lindas asas” e sendo baptizada de “Maia” (“A Polegadazinha”).
Exímio na arte de narrar, Andersen inovou no estilo e no conteúdo, aplicou regras de outras línguas ao dinamarquês. Se até então os contos de fadas eram didácticos, Andersen reinventou-os, tornando as crianças e os excluídos porta-vozes de questões morais. Mas, à semelhança dos contos dos irmãos alemães Jacob e Wilhelm Grimm, nem todas as suas histórias têm um final feliz. Muitas vezes, os “maus” conseguem mesmo concretizar os seus intentos. É o que acontece em “A Sereiazinha”, apesar de nas diversas adaptações para cinema a bela e jovem filha do Rei do Mar acabar casada com o príncipe dos seus sonhos. Na versão original do conto, a sereia sucumbe aos feitiços da bruxa, é transformada em espuma do mar e ainda assiste ao casamento do príncipe com outra jovem. 

O mundo perdido de Andersen
Traduzida em cerca de 150 línguas, a obra literária de Andersen é das mais divulgadas no mundo. A pobreza, os vícios humanos, a religiosidade e o amor são os temas mais abordados pelo escritor, que nasceu numa família humilde e desde cedo teve de trabalhar para se sustentar. “A minha infância foi perdida. Não podia pensar na minha vida como uma realidade sólida. Tinha de fazer dela um jogo de fantasia.” Por isso, aos 14 anos, mudou-se para Copenhaga atrás do sonho de se tornar cantor, bailarino ou actor.
Mas, um dia, apresentaram-no como poeta: “Isso penetrou-me, no corpo e na alma, e os meus olhos encheram-se de lágrimas. Soube que, naquele preciso momento, a minha consciência estava aberta para a escrita e para a poesia.” Começou, então, a escrever peças e depois contos, em 1828. Nos anos seguintes, viaja por todo o mundo — da Suécia ao Médio Oriente. Conhece Portugal, país a que chama de “paraíso terreal” no seu livro “Uma Viagem a Portugal em 1866”.
Apesar de os seus contos serem frequentemente classificados como infantis, Andersen sempre defendeu que os seus livros “tanto são para os adultos, como para as crianças”.
A sua influência estendeu-se a escritores tão diferentes como Charles Dickens, Oscar Wilde, C.S. Lewis, Isak Dinesen, P.O. Enquist, Cees Noteboom, entre outros.”

Se quiseres ler os contos presentes nesta colectânea 
requisita o livro na rede de bibliotecas do concelho de Arganil

Boas festas e boas leituras!

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