“Naquela aldeia
havia tudo o que há em todas as aldeias do mundo (…). Mas aquela aldeia era
muito mais bonita do que todas as outras aldeias do mundo, porque tinham muito
mais crianças, que nunca faltavam à escola nos dias de semana, nem à missa ao
Domingo, que seguiam sempre os conselhos do padre e da professora, amavam os
pais e os irmãos, eram amigas umas das outras, dos animais e das plantas, e por
isso a aldeia era uma alegria durante todo a ano.
Mas quando a
aldeia ficava mais alegre do que nunca era pelo Carnaval, porque ainda ele
vinha longe e já as crianças andavam a sonhar com as festas e os trajes de
máscara que iam vestir, e com as brincadeiras e partidas que haviam de fazer
umas às outras.
Ora vivia nessa
aldeia um rapazinho muito pobre chamado Aulânio, que ajudava à missa e tocava
os sinos, pela Páscoa e pelo Natal, no dia de Todos os Santos e na Quarta-feira
de Cinzas. E ainda lhe chegava o tempo para ir à escola e fazer recados, para
ler os livros de histórias que os colegas lhe emprestavam e fazer flautas de
cana para vender.
E por isso
andava sempre cansado e cheio de sono, e quando chegava o Carnaval não ia a
festa nenhuma (…) Mas naquele ano
a festa ia ser em cheio (…).”
In Contos maravilhosos: clássicos da literatura infantil com versão portuguesa de Esther de Lemos e ilustrações de Simone Baudoin (vol.1) |
Obra disponível
na rede de Bibliotecas do concelho de Arganil
Sem comentários:
Enviar um comentário